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Santo Afonso de Ligório

A espiritualidade dos séculos XVIII-XX

Publicada em 05/09/20 às 19:37h - 454 visualizações

por Dom José Roberto Fortes Palau


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santo afonso  (Foto: @pinterest)
Foi o início do período de secularização, de desvalorização da vida
espiritual. A classe culta e a burguesia em geral abandonaram a religião. A
razão iluminista conquistou boa parte da Europa.

Santos que se destacaram neste período: Santo Afonso de Ligório
(1.696-1.787), fundador dos ‘Padres Redentoristas’, dedicados à missão
popular. São Paulo da Cruz (1.694-1.775), fundador dos ‘Padres Passionistas’.
São Luís M. Grignon de Montfort (1.673-1.716), grande incentivador da
devoção mariana.

Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787) nasceu em Marianella,
perto de Nápoles, a 27 de setembro de 1696. Era o primogênito de uma família
bastante numerosa, pertencente à nobreza napolitana. Recebeu uma esmerada
educação em ciências humanas, línguas clássicas e modernas, pintura e música.
O jovem Afonso recebeu a formação completa para ser um cidadão da classe
nobre. Era um jovem normal da sociedade napolitana.

Sua formação humana e espiritual foi esmerada. Sua mãe e seu pai lhe
ensinaram um profundo amor a Jesus Cristo visto como o Menino de Belém, o
Crucificado, o Jesus da Eucaristia. Afonso aprendeu a buscar a santidade.
Procurava viver na graça de Deus e não pecar. Desde pequeno participa da vida
de comunidade, pertencendo a diversos grupos pastorais para convivência,
crescimento espiritual e comprometimento com os necessitados.

Pode preparar-se muito bem em sua formação humana. Ele seria o
herdeiro. Em seu conhecimento musical comporá músicas que até hoje são
cantadas na Itália. Entre elas o "Dueto da Paixão", como também o cântico de
Natal mais popular da Itália, “Tu Scendi dalle Stelle” e numerosos outros
hinos. O pai foi exigente em estudos. Aos 12 anos entra para a faculdade de
direito onde se forma com 16 anos. Terminou os estudos universitários
alcançando o doutorado nos direitos civil e canônico e começou a exercer a
profissão de advogado.

Teve grande sucesso em seu desenvolvimento profissional. Vivia sua
vida cristã intensa, com sua família e no grupos espirituais em que participava.
Mas faltava, como ele diz, a conversão. Esta ocorreu na Semana Santa de 1722.
Em 1723, depois de um longo processo de discernimento, abandonou a carreira
jurídica, definiu-se pelo Evangelho e, não obstante a forte oposição do pai,
começou os estudos eclesiásticos.

Foi ordenado sacerdote a 21 de dezembro de 1726, aos 30 anos. Seu
sacerdócio é para o serviço da pregação e do atendimento as pessoas na
confissão e orientação dos fiéis. Viveu seus primeiros anos de sacerdócio
procurando atender os marginalizados de Nápoles. Fundou as "Capelas da
Tarde", que eram centros dirigidos pelos próprios leigos para a oração,
proclamação da Palavra de Deus, atividades sociais, educação e vida
comunitária. Na época da sua morte, havia 72 dessas capelas com mais de 10
mil participantes ativos. Este foi o terceiro passo de sua caminhada espiritual.
Começou a dedicar sua vida em favor dos pobres da cidade.

Em 1729, Santo Afonso deixou a família e passou a residir no Colégio
Chinês de Nápoles. Foi aí que começou a sua experiência missionária no
interior do Reino de Nápoles, onde ele encontrou gente muito mais pobre e mais
abandonada que qualquer menino de rua de Nápoles. Ele fazia parte de uma
associação de missionários da cidade de Nápoles. Era o grande pregador. Indo
fazer férias em um lugarejo, perto de Scala, tomou contato com a situação de
abandono humano e espiritual dos pobres do interior.

No dia 9 de novembro de 1732, Santo Afonso fundou a Congregação do
Santíssimo Redentor, popularmente conhecida como Redentorista, para seguir o
exemplo de Jesus Cristo anunciando a Boa Nova aos pobres e aos mais
abandonados. Daí em diante, dedicou-se inteiramente a esta nova missão.
Afonso era um amante da beleza: músico, pintor, poeta e escritor.
Colocou toda a sua criatividade artística e literária a serviço da missão e o
mesmo ele pediu aos que ingressavam na sua Congregação. Escreveu sobre
espiritualidade e teologia 123 obras, que tiveram 21.500 edições e foram
traduzidas em 72 línguas, o que comprova que ele é um dos autores mais lidos.
3
Entre suas obras mais conhecidas estão: O Grande Meio da Oração, A
Prática de Amar a Jesus Cristo, As Glórias de Maria e Visitas ao Santíssimo
Sacramento.
Santo Afonso afirma o princípio de que todas as pessoas são chamadas à
santidade. Defender uma "Vocação Universal à Santidade" colocou Santo
Afonso em conflito com o "Jansenismo", uma tendência doutrinal que
afirmava que a santidade era restrita a círculos limitados de cristãos eleitos,
investidos da graça infalível por um insondável decreto de Deus a seu respeito.
Santo Afonso categoricamente afirma: a graça para ser santo é oferecida
por Deus a todos, e não somente para um grupo de privilegiados.
Porém, cada pessoa deve corresponder à graça universal de Deus à
santidade. Para que isso aconteça, Santo Afonso afirma que cada ser humano
precisa estabelecer um "Itinerário rumo à Santidade". Itinerário que começa
com a virtude teologal da "caridade".

Segundo Santo Afonso, o primeiro passo acontece com a "conversão do
coração": é preciso trocar o amor humano (indigência) pelo amor divino
(benevolência); pois uma pessoa somente começa a crescer na comunhão com
Deus quando desapega-se das coisas criadas, chegando, assim, à comunhão da
sua vontade (humana) com a vontade divina. A santidade atinge o ápice
quando a pessoa não só configura a própria vontade com a vontade de
Deus, mas também a unifica à de Deus, como se na ação não fosse mais ela,
a pessoa, a agir, e sim, a própria vontade de Deus agindo nele: nesta
comunhão ativa, para Santo Afonso, consiste a santidade.

Santo Afonso, mestre sábio e exímio pregador, conhecia bem os
problemas e a espiritualidade do povo, por isso mesmo, sugeriu alguns meios
práticos para se chegar à santidade: a penitência, a frequência aos sacramentos,
a oração e a meditação. Com a penitência vão sendo eliminados os obstáculos
que impedem a aproximação com Deus. Dentre os sacramentos, os quais
nos mergulham diretamente no mistério de Cristo. A oração -
especialmente a mental - é moralmente necessária para a perseverança na
graça, para fazer crescer no amor e intensificar a comunhão com Deus.

Santo Afonso destacou-se pela grande atenção aos pobres. As "missões
populares" é a principal concretização desse grande amor de Santo Afonso
pelos pobres. Nessas missões, Santo Afonso procurava envolver toda a
população em celebrações eucarísticas e penitenciais, em procissões,
pregações e penitências. Seu objetivo maior era levar o povo a encontrar
Jesus. Tanto que ele pedia aos padres de sua congregação que pregassem com
simplicidade para que o povo entendesse facilmente, nada de discursos
rebuscados, mas que nada dizem ao povo. Dizia Santo Afonso: "Tornar difícil
uma pregação é trair o crucificado".

Nos últimos anos de sua vida dedicou-se exclusivamente à oração e à
contemplação. Soube unir magistralmente oração e missão.



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