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Batismo e Confirmação

A Voz do Bispo

Publicada em 16/05/20 às 12:57h - 491 visualizações

por Magnificatfm


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 (Foto: Raquel Isaac)
BATISMO E CONFIRMAÇÃO

I. O BATISMO

“O Batismo marca o cristão com um selo espiritual indelével da sua pertença a Cristo. Esta marca não é apagada por nenhum pecado, embora o pecado impeça o Batismo de produzir frutos de salvação” (Catecismo n.1272).
Quando falamos do batismo, de imediato recordamos do próprio Cristo que nos deu o exemplo em tudo, inclusive do batismo. Jesus foi batizado nas águas do Rio Jordão, não porque precisava, mas para purificar as águas da qual nasceriam os filhos de Deus. Por solidariedade a nós, abre as portas de uma vida nova por meio do batismo. A partir deste momento, a água torna-se definitivamente o elemento essencial para este sinal sacramental.
Porém, neste batismo de Jesus, não somente a água é um sinal visível, mas também a vinda do Espírito Santo em forma de pomba, onde se pode inclusive ouvir a voz de Deus que confirma a filiação divina de Cristo, santificando as águas que corriam. Foram mistérios que marcaram o inicio da Igreja nascente e que se repetirá em todos os tempos e em todos os membros desta Igreja.
O mistério pascal confere ao Batismo o seu valor salvífico. Jesus, de fato, "já tinha falado da sua Paixão, que ia sofrer em Jerusalém, como de um “Batismo" com que devia ser batizado (cf. Mc 10, 38; cf. Lc 12, 50). O sangue e a água que manaram do lado aberto de Jesus crucificado são tipos do Batismo e da Eucaristia, sacramentos da vida nova" (Catecismo da Igreja Católica n. 1225).
"Com Cristo somos sepultados na morte, para que possamos com Ele ressuscitar. O batismo nos faz partícipes em tudo na vida de Cristo, e nos abre a porta da eternidade. Em virtude do Espírito Santo, o batismo nos mergulha na morte e ressurreição do Senhor, afogando na fonte batismal o homem velho, dominando o pecado que nos afasta de Deus, e nos fazendo
nascer homens novos recriados em Jesus. Nele todos os filhos de Adão são chamados a vida nova" (Papa Francisco).
Na Basílica de São Pedro, no Vaticano, quem já teve a oportunidade de entrar e ver, ou para quem ainda entrará, do lado esquerdo imediatamente no seu ingresso, poderá contemplar a grande e imponente pia batismal. Um grande mosaico de João Batista batizando Jesus adorna todo aquele belo cenário.O que muitas pessoas desconhecem é que esta pia batismal, de mármore vermelho, é antes de tudo uma tampa de uma antiga sepultura. O objetivo é sempre recordar que, pelo batismo, morremos para este mundo para viver para totalmente em Deus.
O que deve ser muito considerado, sobretudo, são os efeitos que o Sacramento do Batismo podem produzir na vida de um cristão. Esta realidade de justificação pelo Batismo traduz-se em efeitos concretos na alma do cristão, que a teologia apresenta como efeitos "curativos" e "santificantes". Os efeitos curativos referem-se ao perdão dos pecados, como sublinha a pregação petrina: “Pedro respondeu-lhes: “Convertei-vos e peça cada um o Batismo em nome de Jesus Cristo, para a remissão dos seus pecados; recebereis, então, o dom do Espírito Santo" (At 2, 38). Isto inclui o pecado original e, nos adultos, todos os pecados pessoais. Ocorre também a remissão da totalidade da pena temporal e eterna. No entanto, permanecem no batizado “certas consequências temporais do pecado, como os sofrimentos, a doença, a morte, ou as fragilidades inerentes à vida, como as fraquezas de caráter, etc., assim como uma inclinação para o pecado a que a Tradição chama concupiscência ou, metaforicamente, a “isca" ou “aguilhão" do pecado” (Catecismo n.1264).
O efeito santificante consiste na efusão do Espírito Santo; com efeito, “num só Espírito, fomos todos batizados” (1 Cor 12, 13). Porque se trata do próprio “Espírito de Cristo” (Rm 8, 9), recebemos “um Espírito que faz de vós filhos adotivos” (Rm 8, 15), como filhos no Filho. Deus concede ao batizado a graça santificante, as virtudes teologais e morais e os dons do Espírito Santo. Com esta realidade de graça “o Batismo marca o cristão com um selo espiritual indelével (“character”) da sua pertença a Cristo. Esta marca não é apagada por nenhum pecado, embora o pecado impeça o Batismo de produzir frutos de salvação” (Catecismo n.1272).
O Batismo permite que Cristo viva em nós e a nós de vivermos unidos a Ele, para colaborar na Igreja, cada um segundo a própria condição. Como somos inseridos no Corpo de Cristo, por meio do batismo, devemos sempre nos empenhar a sermos membros que ajudem a santificação dos demais. Como batizados, professamos a mesma fé e cremos no mesmo
Espírito que anima e conduz a Igreja. Com esta mesma fé professada e recebida dos apóstolos, os pais devem transmitir aos pequenos, de modo especial as crianças. O Batismo das crianças é um presente que os pais e padrinhos dão a seus filhos. Um presente que santifica, sela e insere totalmente em Cristo. Se os pais e padrinhos acreditam nesta fé recebida, desejarão também dar a seus filhos e afilhados este dom de Deus.

II. A "MORTIFICAÇÃO"

O termo “mortificação” tem sua origem em Cl 3, 5. Logo no início desta perícope (v. 5), o autor conjuga o verbo “mortificar” no modo imperativo aoristo, em grego “necrósate” (necrsate), que significa literalmente “mortificaivos”, ou seja, “dai morte”, “fazei morrer”. E este verbo está inserido no contexto integral da perícope, que retoma o argumento principal da teologia paulina de Rm 6, 1-11, cujo tema é a morte do “homem velho”. Deste modo, o
verbo mortificar, interpretado à luz desta catequese batismal, assume a significação de morte, não ao corpo, mas, a uma existência pecaminosa. Portanto, literalmente, o termo mortificação significa morte ao pecado, ao “homem velho”. É um termo derivado da própria dinâmica batismal.O batismo, como bem sabemos, além da remissão dos pecados, confere ao cristão a “graça santificante”, tornando-o um “homem novo” (cf. Ef 2, 15; 4, 24; Cl 3, 10), participante da natureza divina (cf. 2Pd 1, 4), templo do Espírito Santo (cf. 1Cor 6, 19), unido a Cristo e a seu Corpo que é a Igreja (cf. 1Cor 6,15; 12, 27), e capacitado a caminhar numa existência nova (cf. Rm 6, 4), libertada do poder do pecado. Porém, existe um detalhe de suma importância na dinâmica batismal: a graça santificante cria o “homem novo”, mas seu desenvolvimento não ocorre automaticamente, pois é imperativa a colaboração humana. Desse modo, como bem alerta são Paulo, existe o risco real da graça ser desperdiçada (cf. 2Cor 6, 1). O “quietismo”, embora seja uma heresia há muito tempo condenada pela Igreja, infelizmente ainda continua presente na vida de muitos cristãos que recebem o batismo, mas acabam retornando à antiga vida do “homem velho”, prisioneiro do pecado. Falta para esses cristãos a colaboração com a graça. Falta-lhes a prática da mortificação. 
São Paulo, em Rm 6, 1-11, afirma que, pelo batismo, o cristão fica unido à morte de Cristo e participa, desse modo, da vida do “homem novo”. Estar unido à morte de Jesus Cristo tem como objetivo segui-lo na vida nova inaugurada pela ressurreição. Esta comunhão com a morte de Cristo, porém, leva consigo um determinado comportamento ético que se resume na luta contra o pecado e na abertura à vontade de Deus. No batismo, o cristão já está morto
para o pecado e renascido para Deus, em Cristo Jesus. E porque já está morto, ele deve continuar morrendo cada dia ao pecado em cada situação de sua vida cotidiana.
Como alguém que já está morto pode continuar morrendo? Não há aqui contradição alguma. Acontece que a ressurreição é ainda futura para o cristão. Na situação atual, este dá os primeiros passos na caminhada rumo à vida nova, em direção à plenitude que é própria da ressurreição. Parafraseando Jesus quando trata das parábolas do reino, o cristão já possui a semente da vida nova enquanto espera ativamente o tempo da colheita, isto é, da plenitude
(cf. Mt 13). Por isso já está morto e deve ainda morrer. O comportamento ético deve ser manifestação do que aconteceu e foi celebrado no batismo. 
Dito de outro modo, a “santidade ontológica” deve se transformar em “santidade moral”.
Sem a morte do “homem velho” não é possível viver a nova existência, própria do “homem novo”, pois a morte ao pecado é o único caminho para o objetivo que realmente interessa: a vida nova da ressurreição. O “homem velho” é o “Adão pecador”. É preciso morrer a si mesmo para participar da existência do “homem novo”, do “Novo Adão”, Jesus Cristo. A necessidade desta morte é o que são Paulo focaliza prioritariamente em Rm 6, 1-11, embora trate também da vida nova.
Igualmente em conexão com o batismo e numa ótica em que é ressaltada a necessidade do adequado comportamento moral, o texto de Cl 3, 5-15 continua a desenvolver o tema da passagem do “homem velho” para o “homem novo”, iniciado em Rm 6, 1-11. Retorna a recomendação paulina: o “homem novo” recebido no batismo deve ser atualizado e concretizado nas atitudes do dia-a-dia. O cristão, a partir do batismo, participa já da ressurreição de Jesus Cristo, pois esta não é uma realidade meramente futura na sua eficácia salvífica. 
A vida nova própria do ressuscitado já está semeada e agindo no presente; continua, porém, a existir o “homem velho”, que não é vencido definitivamente durante a vida terrestre. É, pois, necessário prestar atenção para controlar, disciplinar e diminuir a negatividade do “homem velho”. É igualmente necessário saber direcionar a energia para o crescimento do “homem novo”. Conforme cresce o “homem novo”, diminui o velho; e quanto mais permitimos que o “homem velho” tome conta da nossa vida, tanto mais enfraquece a vida
nova em nós.
A partir do que foi exposto, fica muito patente que o caminho batismal da santidade passa necessariamente pela mortificação, cuja finalidade é justamente levar o cristão a passar da consciência de ser batizado à vivência da força do batismo, à vivência daquilo que já se é na graça de Deus; levar à realização histórica aquilo que se recebeu como dom: a vida nova em Cristo.
O Concílio Vaticano II enfatiza que todos os cristãos, onde quer que vivam, “devem” manifestar, com o exemplo da própria vida, o homem novo do qual foram “revestidos” no batismo. Uma vida cristã, portanto, que não corresponda ao sinal sacramental, é uma mentira! 

III. A CONFIRMAÇÃO

A confirmação completa a obra começada com o batismo, levando a quem a recebe à plenitude e maturidade espirituais por uma comunicação especial do Espírito Santo, consagrando o confirmado para o testemunho cristão. "O efeito deste sacramento é que nele o Espírito Santo é dado com força tal como se deu aos apóstolos no dia de Pentecostes, para que o cristão confesse com coragem o nome de Cristo" (DS n. 1319).
São Tomás de Aquino chama a confirmação de acabamento do batismo (cf. S. Th. III, q. 72, a 12). São Paulo VI, na Constituição Apostólica "Divinae Consortium Naturae", diz que "desde Pentecostes, os apóstolos, para cumprir a vontade de Cristo, comunicaram aos neófitos, pela imposição das mãos, o dom do Espírito Santo que leva a graça do batismo a sua consumação".
A confirmação é o acabamento do batismo. O confirmado torna-se membro do Igreja no sentido pleno, pois participa na missão da Igreja. Aliás, é isto que se quer dizer quando se diz que é o sacramento da maioridade eclesial e cristã. Maioridade aqui se usa no sentido de que alguém amadurece espiritualmente, deixando agir nele o Espírito Santo. Sinal deste
amadurecimento será a decisão, a responsabilidade e o compromisso para assumir a missão da Igreja. Selado com o Espírito Santo (cf. Ef 1, 13), o confirmado olha o mundo como um grande campo de evangelização.
Desde Pentecostes os apóstolos e seus sucessores comunicam o Espírito Santo com a prece e com a imposição das mãos, após o batismo (cf. At 8, 14-17; At 19, 1-7). De certo modo a imposição das mãos perpetua, na Igreja, a graça de Pentecostes. Os apóstolos são revestidos de uma nova força (cf. Lc 24, 49), obtém uma mais profunda inteligência da fé. A plenitude do Espírito é concedida não somente para a santificação pessoal, mas à edificação do Corpo
de Cristo, a Igreja (cf. Ef 4, 12). É o Espírito Santo que move a comunidade apostólica à atividade missionária. O tempo da Igreja é tempo do Espírito. 
Na confirmação recebemos o Espírito Santo como o grande dom de Deus. Este não é passivo, mas atua dentro de nós e na comunidade para que brotem frutos, ou seja, obras. Ao recebermos a infusão do Espírito Santo recebemos seus sete dons. Na oração que o Bispo faz sobre os confirmando, com a imposição das mãos, pede estes sete dons. Os dons são:

A. Sabedoria: é o conhecimento de Deus. O Espírito Santo nos faz sábios, fazendo-nos conhecer o amor de Deus e experimentar sua bondade. 
B. Inteligência: é o dom dado às pessoas para descobrir a vontade de Deus no dia-a-dia da vida e, sobretudo, em momentos difíceis. 
C. Ciência: é o dom do discernimento entre o bem e o mal. Como Jesus nos ensinou a pedir na oração do Pai-Nosso: "Não nos deixeis cair em tentação (…)". 
D. Conselho: é o dom de orientar e ajudar a quem precisa, o dom de dialogar fraternalmente com o semelhante buscando as soluções melhores e animar os desanimados.
E. Fortaleza: é o dom de perseverar no caminho do bem e não desanimar nos momentos difíceis. 
F. Piedade: é o dom de entregar-se a Deus e aos outros, que precisam de nós, com misericórdia, gosto e alegria. 
G. Temor de Deus: é o respeito devido a Deus, reconhecendo-nos como suas criaturas.

IV. OS DESAFIOS DO TEMPO PRESENTE

O Espírito Santo fortalece-nos para a vivência de três virtudes básicas: “o altruísmo”, “a fortaleza” e “a coragem”. São Paulo sintetiza muito bem a ideia de “altruísmo” ao afirmar que devemos chorar com os que choram, mas também alegrar-se com os que se alegram. Não é muito difícil mostrar compaixão por quem sofre, mas alegrar-se verdadeiramente com quem tem sucesso, participar de sua alegria é muito mais árduo, pois é preciso superar o ciúme e a inveja, pois senão não nos desapegamos de nós mesmos! E, aí, com certeza, não evangelizamos (...)!
Novamente me reporto a São Paulo, agora para falar sobre a “fortaleza”: “tudo posso naquele que me fortalece”. É a força que nos permite suportar as desventuras, vencer as tentações e permanecer firmes na fé. A palavra que melhor expressa a virtude da fortaleza é: resistência. Resistir a sempre fazer o bem, apesar das decepções, dos insucessos, das fadigas físicas e psicológicas, dos momentos de melancolia, do desejo de evadir-se (...). A fortaleza é a virtude de todos os dias, porque não existe bondade sem fortaleza, não existe justiça sem a capacidade de resistir às frequentes investidas dos corruptos. Justamente na cotidianidade se exprime a generosidade do cristão, a sua capacidade de suportar situações adversas e ingratas. 
“Coragem” para enfrentar um mundo hostil à proposta do evangelho. Mundo é sinônimo de uma realidade sem Deus. Realidade alicerçada na mentira e na violência. Evangelizar é mudar a mentalidade que rege o mundo. É missão para homens e mulheres “corajosos”!
Pois bem, como, enfim, manter-se sempre “altruísta, forte e corajoso”? Somente com o auxílio do Espírito Santo. Sem Ele é impossível. Sem a ação do Espírito Santo seria impossível a missão da Igreja, a existência de verdadeiros discípulos missionários.



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